Acredito que nunca se falou tanto sobre investimentos no Brasil como nos dias atuais. Inclusive, 2019 foi um ótimo ano para a bolsa de valores do nosso país. Além de bater recordes de pontuação, o número de investidores cadastrados cresceu em uma média de 70 mil pessoas por mês!
Se por um lado essa é uma grande notícia, por outro ela acende um sinal de alerta. Infelizmente, muitas pessoas entram no mercado sem entender, de fato, como funciona a renda variável. Com isso, as oportunidades podem se transformar em frustração – e até mesmo em prejuízos.
Não é isso que você deseja, certo? Então, o meu conselho é que todos que estão começando seus investimentos estudem bastante o assunto. Por isso, preparei este conteúdo especial para lhe ajudar!
O que é renda variável?
A principal característica do conjunto de investimentos que compõem a chamada renda variável já está indicada no nome. Isto é, são investimentos variáveis ou instáveis — o que significa que não é possível ter certeza sobre como os ativos financeiros se comportarão ao longo do tempo.
Se você já investiu em renda fixa ou conhece o assunto poderá imediatamente perceber essa diferença. No caso de ativos da renda fixa, há uma previsibilidade muito maior, pois as condições de rendimento são conhecidas pelo investidor antes do aporte de dinheiro.
A renda variável não é assim. Vou usar como exemplo as ações, que costumam ser os investimentos mais conhecidos desse grupo. Comprar ações pode ser comparado a decidir se entra ou não como sócio em uma empresa de um familiar seu.
Você provavelmente não consegue ter certezas de que o negócio dará certo, não é mesmo? O que pode ser feito é uma análise minuciosa sobre as probabilidades de que o investimento seja vantajoso ou não. Entretanto, existe sempre a exposição às variações do mercado.
É isso que acontece na renda variável. Os ativos financeiros sofrem oscilações de preço conforme o comportamento do mercado. Imagine que determinada empresa seja envolvida em uma polêmica econômica ou política, é natural que o valor das ações dela caia, certo?
O mesmo vale para diversas outras situações. Até mesmo a divulgação de resultados financeiros das empresas e notícias costumam movimentar o mercado de ações.
Como funciona a renda variável?
Agora, você já entendeu o que é a renda variável e sabe que não é possível ter segurança absoluta dos seus rendimentos nela. Há sempre a possibilidade de obter bons lucro, manter o mesmo dinheiro que aportou ou até resgatar um valor menor (tendo prejuízo no investimento).
Mas é claro que existem formas de diminuir os riscos de perder dinheiro e aumentar suas possibilidades de ganho. Um dos primeiros passos para isso é, sem dúvida, conhecer o funcionamento da renda variável.
Logo, é preciso falar sobre a bolsa de valores. Ela é o principal ambiente onde se negociam ativos da renda variável. No Brasil, a maioria dos produtos financeiros desse tipo é comprada e vendida no espaço virtual da B3, a bolsa brasileira.
A bolsa de valores é normalmente acessada por meio da plataforma virtual home broker. Os investidores, por sua vez, devem abrir conta em uma corretora de valores ou em um banco de investimentos para cadastrar seu acesso à plataforma.
A partir de então, será viável procurar os ativos da (de)renda variável e negociar operações de compra e venda envolvendo estes ativos. Na bolsa, há o encontro entre investidores que queiram vender seus ativos e aqueles que gostariam de comprá-los.
Além disso, a B3 é responsável também por garantir a transparência e segurança das negociações realizadas. É ela que faz a compensação, a liquidação, a custódia e o registro das operações dos títulos.
Quais são os principais produtos da renda variável?
Depois de aprender o que é e como funciona a renda variável, é hora de conhecer os produtos que podem ser negociados na bolsa. Apesar de serem os mais lembrados pela população em geral, as ações não são os únicos ativos disponíveis.
Sobre ações, é importante que você entenda que elas são a menor parte do capital social de uma empresa. É possível comprá-las diretamente da companhia (quando há a oferta inicial na bolsa, chamada de IPO) ou de outros investidores — uma vez que a empresa já tenha aberto seu capital há um tempo.
Além de investir diretamente em ações, escolhendo os ativos por conta própria, é possível investir indiretamente — por meio de fundos.
Os fundos de ações são compostos por carteiras de investimentos escolhidas por gestores profissionais. Quem adquire cotas de um fundo está diversificando seu portfólio – uma vez que, por meio dos fundos, se expõe a vários ativos.
Há, ainda, um fundo específico: o fundo de índice, chamado de ETF — Exchange Traded Fund. O objetivo dele é acompanhar um índice – por exemplo, o Ibovespa, que reúne as principais ações negociadas na B3.
Assim, quem investe em um ETF que espelha este índice está acompanhando as movimentações de tais empresas que compõem o Ibov.
É importante ter em mente também que a renda variável envolve, ainda, diversos outros ativos. Por exemplo:
- Fundos de investimentos (como multimercado, cambiais ou imobiliários);
- Moedas;
- Opções;
- Commodities;
- Contratos futuros;
- Outros derivativos.
É vantajoso investir em renda variável?
Mas, será que vale a pena investir em renda variável? Bom, essa é uma pergunta que cada pessoa deve responder — depois, claro, de buscar informações relevantes sobre o assunto.
O fato é que esses investimentos apresentam vantagens e desvantagens, como qualquer outro.
Uma das principais vantagens, principalmente quando se compara a renda variável com a renda fixa, é encontrar maiores oportunidades de ganho. Como são ativos que acompanham movimentos do mercado, o lucro dos investidores não está limitado a condições pré-estabelecidas — como acontece na renda fixa.
Entretanto, repare que eu falei de oportunidades de ganho, e não de garantias ou certezas. A rentabilidade conquistada por cada investidor na renda variável depende diretamente do seu conhecimento e das suas condições para fazer boas escolhas.
Certamente, o risco é uma das maiores desvantagens desses investimentos. Então, é necessário tomar alguns cuidados para controlar sua exposição a ele. Um ponto essencial é saber qual o perfil de investidor – e identificar sua tolerância aos riscos da renda variável.
Para quem é indicada?
Em geral, a renda variável não é indicada para pessoas conservadoras, que tenham aversão à probabilidade de perder uma parte – ou a totalidade – da quantia investida. Por sua vez, investidores moderados e arrojados são os que têm maior abertura ao risco da bolsa de valores.
Além do perfil de investidor, é interessante saber que a renda variável é mais indicada para quem já tem uma reserva de emergência. Isso porque o mercado apresenta muitas oscilações no curto prazo. Assim, você pode ter prejuízo se precisar resgatar o dinheiro investido para utilizar em uma situação emergencial.
Finalmente, é importante destacar que os investimentos na renda variável são mais indicados para objetivos de longo prazo – exceto para casos nos quais o investidor busca apenas especular no mercado financeiro.
Para quem fica atento aos riscos e toma os devidos cuidados, portanto, acredito que esses investimentos podem sim ser bastante vantajosos. E você, investidor, já deu um grande passo ao ler este conteúdo e aprender sobre como funciona a renda variável.
Então continue estudando para aprender cada vez mais e se preparar para fazer as melhores escolhas de investimento!
Quer entender ainda mais sobre o assunto do artigo de hoje? Confira um vídeo em que falo sobre a hora certa de entrar na bolsa de valores!