Uma das maiores dúvidas em relação aos processos de fusões & aquisições é como mensurar os riscos das operações. Existem técnicas para isso? É possível encontrar e minimizar os riscos encontrados? No post de hoje explico por que o sucesso em fusões e aquisições requer uma Due Diligence completa!

Analisando o risco e retorno: A importância da diligência em investimentos e operações de fusões & aquisições.

Eu sempre recomendo que se olhe o risco primeiro em qualquer investimento, pois o retorno deve ser proporcional, caso contrário não fará sentido investir o seu dinheiro na opção analisada.

Em operações de fusões & aquisições não é diferente, afinal você também está investindo comprando um ativo, a diferença é que em uma operação M&A você está comprando uma empresa inteira ou realizando uma operação de reorganização societária mais complexa aos olhos da maioria dos investidores.

Quando falamos em risco na compra e venda de empresas devemos ser muito mais diligentes do que em qualquer outra operação de investimento, afinal estamos comprando uma empresa inteira.

A Importância Estratégica da Due Diligence em Fusões e Aquisições

Due diligence, ou diligência devida na minha tradução livre, com certeza é o mais importante instrumento de mitigação de riscos em operações de fusões e aquisições. Ela pode ser definida como o processo de análise prévia de informações das empresas-alvo envolvidas em um processo de M&A, é nessa diligência que buscamos os principais riscos da operação para os investidores potenciais.

Pesquisas empíricas demonstram que a ignorância de problemas potenciais em fusões e aquisições é uma de suas mais importantes causas de fracasso. Apesar de ser frequentemente entendida como um instrumento contábil ou jurídico, esta é uma visão muito limitada, já que o melhor uso da due diligence deveria ser o econômico.

As principais razões na condução de uma due diligence é apoiar o processo de avaliação da empresa-alvo, fornecer informações úteis aos negociadores, testar a acurácia das informações e garantias expressas no acordo de fusão, preencher os requerimentos legais de transparência para os investidores, discutir aspectos pós-fusão, dentre outros.

A Abordagem Estratégica para Due Diligence

A abordagem correta para o processo de Due Diligence é pensar como um investidor, não como um auditor de compliance. Dependendo da abordagem, uma due diligence pode facilmente degradar para uma série de questões-padrão que não vão responder o que realmente importa: esta é uma operação atrativa?

Avaliação de riscos é extremamente importante, mas não pode vir desacompanhada do aspecto de retorno; Na diligência os envolvidos ganham o direito de ter acesso a informações que não são completamente reveladas ao público.

O comprador sempre vai pagar pela empresa, tendo feito uma diligência superficial ou uma diligência ampla. É uma decisão sobre se o comprador prefere ter surpresas antes da fusão ou depois. Por outro lado, sempre haverá diversas pressões por parte dos vendedores para que a diligência tenha um viés para um escopo limitado; A abordagem deve ser baseada em fatos, mas orientada para a geração de conhecimento.

A Due Diligence é necessariamente um processo de baixo para cima. Inicialmente, se coleta as informações, verificam-se os fatos, e é feita uma análise das tendências e padrões para a produção de conhecimento aplicável; Ao final as conclusões devem ter uma linguagem simples e clara para os tomadores de decisão.

Os resultados da Due Diligence devem ser documentados de uma forma que possa ser utilizada de forma simples pelos negociadores e executivos;

O processo de pesquisa em uma Due Diligence demanda muita energia. Executivos e negociadores sempre demandam muita informação, no curto-prazo e com alta qualidade. Para que se consiga isso, o processo deve ser conduzido por pessoas com grande capacidade de gerenciar processos de trabalho e com alta capacidade de liderança.

A melhor estratégia para uma Due Diligence é pensar como um investidor. Ela deve mensurar não só os riscos da operação, mas o seu potencial retorno. Deve-se ter cuidado para não adotar uma mentalidade de compliance. Assumir riscos pode implicar, ex-post, em maiores custos.

Uma abordagem limitada ou ampla da Due Diligence terão custos semelhantes, mas na abordagem limitada, o comprador estará assumindo inteiramente os riscos da operação. Por outro lado, a escolha de “surpresas agora”, apesar de implicar em um maior esforço no curto-prazo, leva a uma maior abordagem gerencial e possivelmente a uma melhor negociação com a empresa-alvo.

Espero que a reflexão de hoje possa te ajudar a ser um profissional de mercado e um investidor melhor.

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