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O que faz um Investidor de Sucesso?

O que faz um Investidor de Sucesso?
O que faz um Investidor de Sucesso?

Todos nós, quando estamos procurando melhores formas de rentabilizar as nossas economias, procuramos informações, conhecimentos, pessoas, métodos, enfim, tudo que possa ser útil aos investimentos. Afinal, qual a maneira certa de se tornar um investidor de sucesso?

A busca pelo Santo Graal dos Investimentos: Dicas, Atalhos e “Gurus”

Acreditar, e ter segurança, de que se encontrou o caminho para ser um investidor de sucesso. Essa crença é difícil até entre os investidores mais experientes. A grande maioria de nós, até por falta de tempo, já que temos que nos dedicar às nossas obrigações profissionais do dia-a-dia, acaba sempre procurando um atalho para atingir esse objetivo.

Quer seja procurando atalhos nos conhecimentos, consumindo recomendações e dicas prontas, quer seja adotando um “guru”, que tem aos montes e cada vez mais, proliferados pelas tecnologias digitais.

Enfim, se eu não sou capaz de analisar ou até prever o mercado, há alguém em algum lugar capaz disso. Tudo que preciso fazer é encontrar essa pessoa.

Os “gurus” ganham a vida dando dicas de investimentos, vendendo conselhos, e cobrando recomendações, mas como afirmou John Train, investidor americano falecido em 2022, em seu livro The Midas Touch, “o homem que descobre como transformar chumbo em ouro não vai contar seu segredo por U$100,00 ao ano”.

Desmistificando o Mito das Previsões de Mercado e a Falácia dos “Gurus”

Acreditar que você precisa prever o próximo passo do mercado para obter um excelente retorno é um engano. Os investidores mais bem sucedidos não conseguem fazer previsões sobre o mercado melhor do que você e eu.

Warren Buffett simplesmente não liga para qual poderá ser a próxima mudança do mercado e não tem interesse algum em qualquer tipo de previsão. Na opinião dele, “as previsões podem dizer muito sobre quem as profetiza, mas não dizem nada sobre o futuro.” 

Na verdade, tanto Buffett quanto George Soros são os primeiros a admitir que, se acreditassem em previsões, já estariam falidos.

Como diria o sábio “anônimo”: “Prever é difícil, especialmente quando se trata do futuro”.

O Verdadeiro Papel do Profissional de Investimento e a Necessidade de Inatividade nos Momentos Certos

Você também não deve confiar cegamente nos “profissionais do mercado”. De tempos em tempos, pipocam notícias de profissionais de investimentos que perderam grandes somas de dinheiro de seus clientes.

Na realidade, é um mito dizer que o profissional de investimento é pago para ganhar dinheiro para você. Na verdade ele é pago para estar lá todo dia e fazer alguma coisa.

Do contrário, você como investidor não precisa fazer alguma coisa todo dia, haverá períodos, possivelmente longos, em que não encontrará nada no que investir. E quando não há nada no que investir, não invista. Você não ganha nada só porque é ativo; ganha apenas quando acerta.

Nesse ponto você já deve saber o que eu sempre recomendo. Para ser um investidor de sucesso você não deve seguir nenhum guru, nem acreditar em previsões e nem depender de algum profissional. Você deve forjar através de conhecimento a sua própria filosofia de investimento.

A Verdadeira Base para uma Estratégia de Investimento Sólida e Duradoura

O ponto de partida da minha filosofia de investimento é avaliar o risco antes das possibilidades de retorno. Se você souber avaliar os riscos, o retorno será uma consequência.

Infelizmente, a maioria das pessoas são atraídas pelas promessas de retorno e avaliam de forma superficial os riscos, muitas vezes nem avaliam.

Evitar riscos é fundamental para acumular riquezas. Ao contrário do mito acadêmico, se você assumir grandes riscos, terá maior probabilidade de sofrer grandes prejuízos do que obter lucros gigantescos.

Uma filosofia de investimento é um conjunto de convicções sobre:

  • a natureza do investimento: como os mercados funcionam, por que os preços oscilam, o que causa lucros e prejuízos;
  • uma teoria de valor: como o valor pode ser mensurado; e
  • a natureza de um bom investimento.

Esse conjunto de convicções, como o próprio nome indica, só pode ser atingido com conhecimento. Ou seja, você precisa compreender como a economia e os mercados se comportam e como a empresa ganha dinheiro.

Portanto, você só consegue estimar, com confiança, os lucros futuros de uma empresa apenas se entender como ela funciona. Só invista em negócios de setores que você conhece bem.

Alguns pontos da minha filosofia:

  1. A empresa tem uma decisiva vantagem sobre a concorrência, quer seja por ser o produtor de mais baixo custo, ou por ter uma capacidade financeira, de produção, de pesquisa e de marketing superiores.
  2. Uma administração excepcional, o que é considerada fundamental para a obtenção de resultados excepcionais.
  3. Se as características econômicas do negócio da empresa, pelo menos, asseguraram que os lucros atuais sejam acima da média do setor e que o retorno sobre o ativo, a margem de lucro e o crescimento das vendas possam ser contínuos por um longo período.
  4. O preço tem que ser atraente.
    Investindo com Visão: A Arte de Escolher Negócios e Acompanhar sua Evolução

O investidor deve comprar um negócio que compreende e que atende aos seus critérios. Preço correto e com uma margem de segurança, que lhe confere um desconto sobre o valor estimado do negócio.

A partir daí deve monitorar o progresso dos seus investimentos na empresa, para saber se ainda atende seus critérios, caso contrário deve avaliar a saída já que não se mostra mais um investimento de qualidade como na entrada.

Ou seja, um investidor de sucesso investe primeiro em conhecimento, dessa forma vai melhorando ao longo do tempo, adquirindo experiência e sendo cada vez melhor.

Então, concentre-se no que você sabe fazer de melhor. Como diria Warren Buffett: “Ao contrário do Senhor, o mercado não perdoa aqueles que não sabem o que fazem.”

Espero que a reflexão de hoje possa te ajudar a ser um investidor melhor.

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Milei e a Ascensão do Fascismo

Milei e a Ascensão do Fascismo - Em Busca de um Debate Civilizado
Milei e a Ascensão do Fascismo - Em Busca de um Debate Civilizado

O último vídeo do meu canal no Youtube, em que falei da inviabilidade da dolarização da economia Argentina, gerou muita polêmica, pouca até pelo conteúdo econômico, e muito pela minha afirmação que o fascismo cresce onde a inteligência é depreciada e os instintos exaltados.

Quanto a dolarização da economia Argentina proposta na campanha do agora presidente, Javier Milei, notícias da última semana afirmam que a ideia parece ter sido totalmente descartada por futuros membros do governo recém eleito.

Racionalidade versus Insanidade na Política

A racionalidade deve prevalecer sobre a insanidade e novamente o discurso de campanha serviu apenas para insuflar as massas para garantir a eleição.

Quanto ao assunto da outra polêmica, recebi comentários que elogiam a parte econômica, mas atacam minha opinião final. Comentários que afirmam a admiração da minha capacidade intelectual em economia e finanças, mas desqualificam minhas posições políticas.

Como se minhas posições políticas não tivessem também embasamento teórico assim como minhas posições profissionais.

A Importância da Autocrítica e do Pensamento Crítico

Antes de mais nada vale ressaltar que ninguém é neutro em política, todos sempre escolhem em quê acreditar e por isso defendem uma sociedade que consideram ideal.

Eu defendo uma sociedade mais igualitária onde todos tenham acesso a uma vida digna,
e o neoliberalismo vigente definitivamente não é o sistema que atingirá esse objetivo. Modelo que outrora acreditei, mas hoje vejo que ele só aumentou as desigualdades, e as continuará aumentando.

É preciso ter coragem para pensar por si mesmo, para criticar a si mesmo. Essa autocrítica vem da busca de soluções para algo que você julga estar errado.

A Humanidade Perdida no Debate

O que me deixa triste é a crescente radicalização onde o contraditório gere tantas paixões que inviabilizam um debate civilizado. Precisamos avaliar a importância de sermos tolerantes com a visão política do outro.

A realidade enxergada por cada um é decisiva para a sua forma de entender e de agir politicamente, há um risco enorme em transformar a política em um espaço de intolerância que vai na contramão da busca de um consenso, inviabilizando os espaços saudáveis de debate.

No debate superficial em redes sociais as opiniões são defendidas e repercutidas sem o devido embasamento nos fatos e na história, a argumentação por vezes está alicerçada em um falseamento da informação que tem sua origem em fontes mal intencionadas criadas para manipular a opinião pública.

Isso aumenta a intolerância de ambos os lados, visto que não há um aprofundamento dos temas por meio de argumentos políticos fundamentados.

Verdades Relativas e Revisões de Convicções

Como já falei em outro vídeo, e vale repetir aqui, nós não temos verdades, mas alegações do que seja verdade. Podemos nos enganar e devemos estar abertos a revisões das nossas próprias convicções.

Ficamos preocupados com o que os outros pensam, com o que os outros estão dizendo, e acabamos sempre apontando o dedo e desqualificando o pensamento dos outros.

Estamos perdendo de vista quem nós somos. Esquecemos que existe um vínculo muito poderoso que precisamos valorizar para que aconteça um debate onde as pessoas discordam.

Como seres humanos somos falíveis. Podemos estar errados sobre qualquer assunto, mesmo quando estamos tentando ser bons podemos nos aliar ao lado errado.

A única esperança que nós podemos ter de que estamos do lado certo, é pensar da maneira mais crítica e cuidadosa e nos envolver com pessoas que não pensam da mesma forma que nós.

Se o seu interlocutor é um pessoa intelectualmente séria, alguém que está pensando e buscando o mesmo que você, mesmo estando errado, suas questões o fará pensar, e ele mostrará porque pessoas com razoável boa vontade não estão todas de um mesmo lado. Todos nós podemos estar errados, não necessariamente estamos certos 100% sobre tudo.

Uma discussão civilizada visa fortalecer a ideia de que a política deve ser debatida fundamentalmente com base em argumentos e que o contraditório do debate é parte essencial dela.

Características do Fascismo

Quanto à polêmica do meu vídeo anterior, existem muitos conteúdos sérios aqui no YouTube que explicam o que caracteriza o fascismo.

De minha parte listo algumas características do fascismo originado por Mussolini na Itália e depois utilizado com estratégia de dominação por Hitler na Alemanha, Franco na Espanha, Salazar em Portugal, dentre outros:

O fascista tem desprezo pela democracia, por isso alimenta o desprezo pelos políticos e se vende como alguém de fora do sistema. Luta por um conservadorismo social, um moralismo sexual e pela rejeição de tudo que é moderno.

É ultranacionalista, a pátria acima de tudo, criminaliza as greves e defende que tudo deve ser privatizado num capitalismo autoritário – empresas e bancos privados tendo o estado como protetor.

Vende soluções alternativas para as populações frustradas com sentimento de desamparo e de revolta em ambientes de desemprego e hiperinflação,

Defende acabar com as instituições democráticas, exalta sociedades militarizadas desde a infância. Canaliza a insatisfação da população para ideais de unidade nacional para evitar ameaças comunistas.

Herdeiros das tradições do passado, os fascistas abominam pensamentos modernos e progressistas. Negam a ciência e são contra qualquer pensamento aprofundado ou reflexão.

Sentem repulsa pela intelectualidade, por isso são contra a educação e a cultura. Intelectuais são inúteis, cientistas são mentirosos e nos enganam e artistas são desocupados e vagabundos.

Investem muito em propaganda como lavagem cerebral. Criam um inimigo do povo, que pode ser qualquer coisa, um líder, uma classe social, uma ideologia, uma instituição. Esse grande inimigo está por trás de uma conspiração para acabar com o país.

Faz a população se sentir ameaçada ao mesmo tempo que se vende como alguém forte que pode derrotar esse inimigo.

São 100% machistas e se orgulham disso, seu grande símbolo é o cidadão de bem, trabalhador e homem de família.

Identificação de Sinais: Reconhecendo Potenciais Indicadores de Fascismo

Fascistas veem as mulheres como inferiores, que servem apenas para criar herdeiros e cuidar da família. São contra qualquer orientação sexual que não seja a heterossexual, porque isso ameaça a moral, os valores e os bons costumes.

Utilizam discursos que repetem as mesmas palavras com mensagens e símbolos o tempo todo, esses discursos unem as pessoas pela exaltação dos instintos e pelo desprezo à inteligência. Apelam para o orgulho nacional afirmando o patriotismo.

É um líder carismático que aponta os caminhos da nação. Tem fortes identidades estéticas, orientação do passado, valorização romântica da sociedade e identidade religiosa.

Tem obsessão com o militarismo e o armamentismo, por isso alimentam uma guerra permanente contra qualquer coisa que identifique como inimigo.

Enfim, existem muitas outras características mas seria cansativo falar de todas nesse momento.

Alerta Atual: A Relevância de Entender Práticas Fascistas na Atualidade

O que acabei de listar são algumas das características comuns dos regimes que citei da primeira metade do século passado. Qualquer semelhança com os dias atuais não é mera coincidência.

Se você identificar boa parte dessas características em algum agrupamento de pessoas ou partidos há grandes chances de serem fascistas.

Mas lembre-se, fascistas não se veem como fascistas, mas adotam as mesmas práticas desse regime.

Espero que a reflexão de hoje possa te ajudar a ser um cidadão melhor!

 

Cuidados ao avaliar um fluxo de caixa projetado

Cuidados ao avaliar um fluxo de caixa projetado
Cuidados ao avaliar um fluxo de caixa projetado

Quais os cuidados você deve ter ao elaborar, ou avaliar, um fluxo de caixa projetado? Lembre-se que são dessas projeções que saem o valor das empresas.

Bem, muitas são as críticas a subjetividade nas projeções do fluxo de caixa para determinar o valor de uma empresa, pois elas dependem do viés cognitivo do analista além de cenários futuros que podem se confirmar ou não. Mas muitos dos riscos destas projeções podem ser minimizados por uma criteriosa avaliação.

Analisando o Valor Empresarial: A Abordagem do Fluxo de Caixa Descontado

O modelo mais utilizado para se encontrar o valor de uma empresa é o chamado fluxo de caixa descontado que nada mais é do que projetar a capacidade de geração de caixa de uma empresa no futuro trazendo a valor presente descontado pelo seu risco.

Essa geração de caixa é o que chamamos de fluxo de caixa Livre, resultado do somatório do fluxo de caixa operacional mais o fluxo de caixa de investimentos encontrados pelo modelo:

O EBITDA é o lucro antes dos juros, dos impostos, da depreciação e da amortização, dele deduzimos a depreciação e a amortização para calcular o imposto de renda e retornamos  para achar o fluxo de caixa operacional já que depreciação e amortização não tem efeito no caixa e aqui só foi utilizado para efeitos fiscais, em seguida projetamos os investimentos em bens de capital chamados de capex, que a sigla de “capital expenditure” e calculamos as variações na necessidade do capital de giro, o resultado final é um fluxo de caixa livre que vamos utilizar para encontrar o valor da empresa.

Desafios e Enfoques na Análise Financeira

O que eu quero chamar atenção neste modelo é o risco escondido por trás destas projeções. O fluxo de caixa operacional é o EBITDA e o fluxo de caixa dos investimentos são os investimentos em bens de capital e em capital de giro. Quem avalia a empresa olha o EBITDA por que é a geração de caixa operacional.

Simplificando, é o que a empresa gera com o seu negócio, desconsiderado aí a geração de caixa não operacional e financeira. Por exemplo: a empresa resolve vender um imóvel de uma filial qualquer, essa receita estará contabilizada como receita não operacional porque ela não foi gerada pelo negócio, além de ser uma receita não recorrente.

Riscos Financeiros Ocultos: O Caso Ilustrativo das Receitas Futuras da Sadia

Outro exemplo bem mais didático são as receitas financeiras, e temos um exemplo clássico na nossa história corporativa recente. Empresas que obtiveram durante vários anos receitas com operações no mercado futuro de dólar, iniciadas a princípio como operações estruturadas de proteção e que por terem sucesso foram repetidas diversas vezes, cada vez em volumes maiores que o necessário para essa proteção, para gerar receitas financeiras, e terminaram muito mal quando veio a crise do subprime. 

Você deve se lembrar do prejuízo de mais de dois bilhões de dólares que a Sadia amargou por ter enormes posições vendidas em dólar quando estourou a crise.

Trago este exemplo porque, apesar da última linha da demonstração de resultados do exercício da Sadia apresentarem excelentes números, a do lucro líquido, óbvio que alegrava muito os seus acionistas, estes resultados, em sua maioria, não estavam vindo do negócio da empresa e sim de receitas financeiras obtidas nestas operações no mercado futuro de dólar.

Concentrece-se no Caixa Gerado pelo Core Business e Investimentos Alinhados ao Crescimento Operacional

Resumindo, ao avaliar uma empresa o que interessa é o caixa que ela consegue gerar com o seu “core business”. No caso da Sadia, vender alimentos, e não operar o mercado futuro de dólar. Se até grandes bancos quebram realizando essas operações, imaginem empresas não financeiras. 

Considerando então somente o fluxo de caixa operacional, para que ele aconteça é necessário um fluxo de caixa de Investimentos, que precisa ser em volume suficiente para garantir o crescimento projetado.

Por exemplo, uma empresa de siderurgia que não tenha capacidade produtiva ociosa e projete um crescimento nos próximos anos, ela precisará considerar no seu fluxo de caixa de investimentos não só a manutenção da sua estrutura atual como o seu aumento, seja em construção de novas estruturas, seja na compra de novos equipamentos industriais, e eles precisam estar proporcionalmente em linha com a sua projeção de crescimento operacional.

Equilibrando Prazos e Recursos: Desvendando a Necessidade de Capital de Giro nas Empresas

Além desses investimentos no chamado “capex” é necessário considerar a variação na necessidade de capital de giro.

Aqui cabe uma explicação mais didática. 

Capital de giro é aquela necessidade que a empresa tem na defasagem de prazo entre pagar seus fornecedores e receber dos seus clientes, considere que funcionários também são fornecedores, pois fornecem mão de obra.

Esta diferença entre o que a empresa tem no contas a receber e estoques e o contas a pagar e salários é a sua necessidade de capital de giro. Intuitivamente você já deve imaginar a quantidade de empresas que passam por essas dificuldades. A folha de pagamento dos funcionários e a fatura dos fornecedores vencem e a empresa ainda não conseguiu transformar o contas a receber em caixa, e nem o estoque em vendas.

Para enfrentar este descasamento de prazos, encontramos a necessidade de capital de giro da empresa, que nada mais é que a diferença entre essas contas do ativo – contas a receber e estoques, menos as contas do passivo – fornecedores e salários. Esse valor encontrado deve ser investido no caixa como capital de giro e deve ficar intocável, pois está lá para isso.

A Importância de Antecipar Crescimento no Caixa Operacional, Investimentos em Capital e Necessidade de Giro

Voltando as projeções, se a empresa projeta um crescimento, sua necessidade de capital de giro também deve aumentar, afinal crescimento de vendas pressupõe mais crédito, e mais estoques, então essa necessidade vai variar e deve estar prevista como forma de mais investimentos em capital de giro.

Enfim, ao avaliar as projeções futuras no fluxo de caixa de uma empresa atente-se para estas três variáveis, o crescimento no fluxo de caixa operacional, esqueça o lucro líquido, se as suas projeções de investimentos em bens de capital suportam o crescimento projetado, seja em manutenção, seja em novas estruturas e equipamentos, e se suas variações na necessidade de capital de giro atendem as projeções no crescimento das suas vendas.

Então, ao avaliar projeções, foque em três coisas: o crescimento do dinheiro gerado pelo negócio principal, se os investimentos para esse crescimento fazem sentido e se as variações nas contas a receber e estoques acompanham o crescimento das vendas.

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O Timing Ideal para Investir em Ações: Entendendo os Ciclos Econômicos

O Timing Ideal para Investir em Ações
O Timing Ideal para Investir em Ações

Todos nós, investidores, constantemente buscamos respostas para perguntas que variam de simples a complexas. Uma dessas questões desafiadoras é identificar o momento mais propício para investir em ações. Para alcançar essa resposta, os investidores se empenham em decifrar os ciclos da bolsa de valores. Neste artigo, exploraremos a relação entre esses ciclos, a economia e os mercados. Existe um Timing Ideal para Investir em Ações?

Descobrindo o Timing Adequado:

A princípio, investir no mercado de ações é uma busca constante pelo Santo Graal dos investimentos em renda variável. Aqueles que buscam rendimentos superiores devem considerar, em algum momento, incorporar ações em sua carteira de investimentos. No entanto, por que as ações na bolsa de valores exibem ciclos de altas e baixas? Por que os preços das ações não permanecem estáveis, dado que o valor da empresa é conhecido?

Essas são perguntas comuns entre os investidores iniciantes em renda variável. A verdade é que entender o mercado de ações e a bolsa de valores, embora possa parecer complexo, pode ser simplificado.

Desmistificando a Complexidade:

A primeira tarefa para investir em ações é não se deixar intimidar pela suposta complexidade do mercado. Certamente, algumas análises econômicas requerem conhecimentos específicos, assim como indicadores financeiros. No entanto, deixe essas análises para os especialistas. Como investidor, seu foco inicial deve ser interpretar intuitivamente os sinais e comportamentos dos ciclos econômicos. Isso é suficiente para compreender os relatórios elaborados por economistas e especialistas em finanças.

Ativos financeiros refletem o comportamento humano. Quando temos confiança na economia do país, como consumidores, compramos mais, e como empreendedores, investimos mais em produção. Isso resulta em empresas vendendo mais e crescendo, aumentando assim seu valor.

O Poder da Confiança na Economia:

O nível de confiança na economia é determinado por nossa renda pessoal. Se nossos rendimentos estão estáveis, e não prevemos riscos significativos de perda de renda, tendemos a gastar mais e aumentar o consumo. Por outro lado, em cenários incertos, preferimos economizar, aguardando tempos mais estáveis.

Para as empresas e empreendedores, a confiança está ligada ao nível de consumo do mercado e à taxa de juros, o custo do dinheiro. Quando as taxas de juros são baixas, tendemos a investir mais para capturar a demanda gerada pelo aumento do consumo. Caso contrário, poupamos recursos para melhores cenários.

Identificando os Ciclos Econômicos:

Já os ciclos econômicos podem ser observados ao avaliar o nível de emprego e as taxas de juros no país. No Brasil, a economia enfrenta desafios devido ao desequilíbrio nas contas públicas. O déficit fiscal, resultado do governo gastando mais do que arrecada, requer captação de recursos no mercado. Quanto maior o déficit, mais recursos o estado precisa captar, competindo com a sociedade por recursos. Isso torna o dinheiro mais caro e paralisa consumidores e empresas.

O Futuro das Empresas e dos Investimentos:

Quanto às empresas, elas passam por ciclos de queda quando a economia sinaliza riscos à geração futura de receita. Incerteza leva a vendas reduzidas e, consequentemente, a uma queda no valor das ações. Em contrapartida, um cenário de crescimento futuro leva as empresas a vender mais, aumentando suas receitas e melhorando a economia como um todo.

Nesse sentido, após anos de recessão, o Brasil aguarda um ajuste fiscal para retomar o crescimento econômico, impulsionando a confiança e inaugurando um novo ciclo de prosperidade. O mercado de ações, representado pela ponta longa da curva de juros, já antecipa uma migração de investimentos de longo prazo para a bolsa de valores.

Este é um momento favorável para investir em ações, desde que se acredite que o estado realizará o ajuste fiscal. A tarefa do investidor consistirá em selecionar empresas com fundamentos sólidos que prosperarão neste novo ciclo.

Conclusão:

Portanto, a reflexão apresentada neste artigo destaca a importância do timing adequado no mercado de ações, vinculando-o aos ciclos econômicos. Compreender esses princípios simplificados pode ser o passo inicial para o sucesso como investidor. À medida que o Brasil se recupera e a confiança na economia se fortalece, os investidores podem se beneficiar ao identificar as empresas com melhores fundamentos. Com isso, encerramos nossa análise sobre o timing ideal para investir em ações. O que você achou dessa perspectiva?

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Como não cair em armadilhas de investimentos

Como não cair em armadilhas de investimentos
Como não cair em armadilhas de investimentos

O mundo dos investimentos é repleto de histórias cativantes que prometem riquezas e sucesso financeiro. No entanto, essas narrativas são muitas vezes ilusórias e podem levar os investidores a decepções e perdas substanciais. Neste artigo, exploraremos a natureza dessas histórias, seus apelos emocionais e o porquê de sua longevidade. Vamos analisar como os investidores podem ser mais céticos e informados para evitar cair nas armadilhas das promessas de “ficar rico rapidamente” e esquemas de investimento duvidosos, ou seja, como não cair em armadilhas de investimentos.

As Histórias de Investimentos Atraentes

As histórias de investimentos convincentes não apenas são bem contadas, mas também exploram os aspectos mais profundos da natureza humana. Isso inclui a ganância, a esperança, o medo e a inveja. Os vendedores de histórias de investimento entendem como explorar esses sentimentos para atrair investidores em potencial.

A Ganância como Ponto de Foco

A ganância é um dos fatores mais poderosos que impulsionam o mercado financeiro. Os investidores muitas vezes buscam altos rendimentos com o mínimo de risco, e as histórias de investimentos que prometem “algo por nada” atraem particularmente a atenção. A ideia de encontrar oportunidades de arbitragem pura, que são investimentos sem risco e com altos retornos, é um sonho para qualquer investidor.

Realidade das Oportunidades de Arbitragem

No entanto, a realidade é que oportunidades de arbitragem pura são raras e, mesmo quando existem, são geralmente acessíveis apenas para investidores sofisticados com baixos custos de transação. A maioria das histórias de investimento que promete “algo por nada” é, na verdade, uma forma de especulação arriscada, não arbitragem real.

Adaptação à Mudança

Do mesmo modo, nenhuma estratégia de investimento funciona o tempo todo. É crucial entender a teoria subjacente à estratégia e adaptá-la às mudanças no mercado. O mundo dos investimentos evolui, e as estratégias que eram eficazes há uma década podem não ser mais adequadas hoje. Compreender a teoria por trás de uma estratégia ajuda a determinar quando é mais provável que funcione e quando pode falhar.

Conclusão

Enfim, as histórias de investimento são uma parte arraigada do mundo dos investimentos, explorando emoções humanas como a ganância e a esperança. No entanto, é essencial que os investidores sejam céticos e informados, reconhecendo as limitações e os riscos associados a essas histórias. O sucesso nos investimentos exige compreensão da teoria, adaptação às mudanças e a capacidade de identificar os pontos fracos e fortes de cada estratégia. Lembre-se de que, no mundo dos investimentos, a responsabilidade recai sobre você, o investidor, e não há almoços grátis.

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Investir em Ações de Alto Crescimento: Sucesso ou Armadilha?

Investir em Ações de Alto Crescimento: Sucesso ou Armadilha?
Investir em Ações de Alto Crescimento: Sucesso ou Armadilha?

As ações de alto crescimento têm um apelo irresistível para os investidores em busca de retornos excepcionais. A ideia de que investir em empresas como Microsoft e Cisco nos estágios iniciais poderia multiplicar seu investimento por 50 vezes em uma década é fascinante. No entanto, será que uma estratégia baseada em ações de alto crescimento sempre resulta em rendimentos elevados? Investir em ações de alto Crescimento: o caminho para o sucesso financeiro ou uma armadilha?

Riscos Inerentes ao Investimento em Ações de Alto Crescimento:

Investir em empresas de alto crescimento pode ser tentador, mas é importante destacar que essa estratégia é repleta de desafios. Vamos abordar alguns dos principais motivos pelos quais o sucesso no investimento em ações de alto crescimento é difícil de alcançar:

  1. Ilusão de Crescimento: Muitas empresas rotuladas como “de alto crescimento” não conseguem manter um crescimento consistente ao longo do tempo. O crescimento nem sempre é garantido.
  2. Diferentes Tipos de Crescimento: Nem todos os tipos de crescimento são iguais. Alguns contribuem para o valor da empresa, enquanto outros o prejudicam.
  3. Preço Importa: Mesmo o crescimento mais impressionante pode não valer a pena se você pagar um preço excessivamente alto pelas ações.

Atração e Argumentos Comuns para Ações de Alto Crescimento

Em períodos otimistas do mercado, os investidores são atraídos pelas histórias de sucesso das ações de alto crescimento. Alguns dos argumentos comuns incluem:

  • Grande Retorno com Ações de Alto Crescimento: As empresas podem aumentar consideravelmente suas receitas e lucros ao longo do tempo, o que pode resultar em ganhos significativos.
  • Gestão de Risco: Argumenta-se que não há risco adicional se você escolher as empresas certas com base em padrões e aspectos comuns.
  • Estratégia GARP (Crescimento a Preço Razoável): Investidores como Peter Lynch seguem a estratégia de encontrar empresas de alto crescimento a um preço razoável.

A Relação Entre Crescimento e Valor

Para entender melhor a relação entre crescimento e valor, é crucial considerar o custo associado ao crescimento. O crescimento nunca é gratuito, pois requer reinvestimento, afetando a disponibilidade de dividendos ou recompra de ações. Para que o crescimento crie valor, o retorno deve superar o custo de capital da empresa.

Três Perigos Potenciais no Investimento em Alto Crescimento: 

  1. Incerteza no Crescimento: É difícil prever o crescimento futuro das empresas de alto crescimento, tornando as estimativas arriscadas.
  2. Crescimento Destruidor de Valor: O crescimento pode destruir valor se for gerado por investimentos de baixo retorno.
  3. Alto Risco: Empresas de alto crescimento muitas vezes estão expostas a riscos significativos, que podem anular os benefícios do crescimento.

A Importância do Crescimento Sustentável e do Preço Justo

Embora o investimento em ações de alto crescimento possa ser atraente, não é uma garantia de sucesso financeiro. O valor de uma empresa aumentará apenas se o crescimento for sustentável e se o preço das ações estiver razoável. É essencial considerar não apenas a magnitude do crescimento esperado, mas também a sua qualidade e sustentabilidade.

Investir em empresas de alto crescimento é uma estratégia que requer uma análise cuidadosa e uma abordagem consciente para controlar o risco. A busca por rendimentos elevados não deve ofuscar a importância de comprar ações a preços razoáveis. Lembre-se sempre de que o preço importa tanto quanto o crescimento real.

Ser um investidor bem-sucedido em empresas de alto crescimento exige discernimento, paciência e uma compreensão profunda da relação entre crescimento e valor.

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Quais ações comprar e quando comprar?

Quais ações comprar e quando comprar
Quais ações comprar e quando comprar

A questão que permeia a mente de investidores, sejam eles novatos ou experientes, é simples e direta: “Quais ações comprar e quando comprar?” Essa pergunta, embora aparentemente elementar, desencadeia respostas complexas e elaboradas, repletas de fórmulas e métodos. Neste artigo, explorarei a importância de desenvolver sua própria filosofia de investimento, em vez de simplesmente adotar as estratégias alheias. Você entenderá como uma filosofia de investimento é a expressão da personalidade, aptidões, conhecimento, preferências e objetivos do investidor, e por que isso é fundamental para o sucesso no mercado financeiro.

A Importância da Filosofia de Investimento Pessoal

A resposta à pergunta “Quais ações comprar?” não deve ser uma busca por fórmulas prontas, mas sim um processo de autoconhecimento e desenvolvimento. Sua filosofia de investimento deve ser única, refletindo quem você é como investidor. Ela não pode ser emprestada de outros, pois isso reduzirá suas chances de sucesso.

Para os iniciantes, não é necessário ter todas as respostas de imediato. O importante é que, à medida que você define seus objetivos e preferências, adquira conhecimento e habilidades para moldar sua própria filosofia de investimento ao longo do tempo.

A Base da Filosofia de Investimento

Uma filosofia de investimento sólida é construída com base em convicções sobre como o mercado funciona, por que os preços oscilam e o que impacta os resultados das empresas. É a compreensão da teoria de valor e a natureza de uma boa empresa que guiam suas decisões.

Nesse contexto, é interessante mencionar a importância dos psicólogos em vez de matemáticos e economistas. Profissionais como Daniel Kahneman e Van Tharp destacam que você não está negociando com o mercado, mas sim com suas próprias convicções sobre o mercado. Se você não conhece suas próprias convicções, como pode tomar decisões informadas?

A História de Warren Buffett

Um exemplo notável é Warren Buffett, que encontrou sua filosofia de investimento após ler o livro “O Investidor Inteligente” de Benjamin Graham, considerado o pai do Value Investing. Buffett aderiu ao princípio fundamental de Graham, que consiste em comprar ativos a preços inferiores ao seu valor intrínseco.

A qualidade do negócio é o que ele avalia, e sua teoria de valor é a base para determinar se uma empresa é um investimento atraente. Essa qualidade só pode ser estimada com confiança se você compreender profundamente como a empresa opera. Portanto, a primeira regra é sempre permanecer dentro de seu “círculo de competência”.

A Paciência dos Grandes Investidores

Investidores de sucesso, como Buffett, têm uma característica notável em comum: a paciência. Eles não se deixam influenciar pela opinião alheia e sabem que podem passar períodos longos sem encontrar oportunidades de investimento. Seguem seus critérios rigorosos e agem somente quando encontram algo atrativo.

Conclusão

Ao invés de procurar respostas prontas para “Quais ações comprar?”, concentre-se em desenvolver sua própria filosofia de investimento. Isso exigirá autoconhecimento, aprendizado contínuo e paciência, mas é o caminho para o sucesso duradouro no mercado financeiro. Como disse Warren Buffett, “O truque é: quando não há nada a fazer, não faça nada”. Reflita sobre essa abordagem e comece a trilhar o caminho de um investidor mais consciente e bem-sucedido. O que você achou deste artigo?

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Existe um momento certo para se comprar uma ação?

Existe um momento certo para se comprar uma ação?
Existe um momento certo para se comprar uma ação?

A regularidade na compra de ações, talvez seja uma das dúvidas mais frequentes que me são enviadas. Afinal, existe um momento certo para se comprar uma ação ou o importante é comprar sempre?

A Estratégia da Regularidade ao Comprar Ações: Desmistificando as Premissas e Explorando o Princípio da Continuidade

Comprar ações com regularidade é uma boa estratégia? Os defensores da regularidade alegam que não importa se a ação está cara ou barata o importante é comprar sempre, pois no final o investidor terá o aumento anual médio da ação.

Bem, essa afirmação adota pelo menos duas premissas como verdadeiras, a de que a ação dessa empresa vai subir sempre e assim o seu retorno anual médio no final do período será positivo, e de que os aportes estarão sempre muito próximos, em termos de preços, um do outro.

Também parte-se do pressuposto que a empresa é boa e, principalmente, se manterá boa ao longo do tempo. Talvez muitos deles não saibam, até os mais preparados, que para os aportes serem muito próximos em termos de preço, está se adotando aqui o princípio da continuidade.

Desafios e Riscos na Era das Flutuações de Preços

A continuidade é um pressuposto fundamental da teoria financeira convencional. A matemática de Louis Bachelier, Harry Markowitz, William Sharpe e Black & Scholes presume mudanças suaves de um preço para o seguinte: sem isso, suas fórmulas simplesmente não funcionam. Inclusive a teoria de Black & Scholes foi utilizada para gerir o famoso fundo LTCM Long Term Capital Management, e o que determinou seu fim foi exatamente a de que os preços não mudam suavemente.

O link do documentário que conta essa história está aqui.

Infelizmente o pressuposto da continuidade é falso e, portanto, a matemática é falha. Os preços financeiros não deslizam em continuidade, eles saltam, arremetem, mergulham e despencam, para cima ou para baixo. E isso aumenta o risco.

Nos mercados financeiros, as notícias que impelem os investidores pode ser insignificante ou preponderante. Suas decisões podem se basear em instantânea mudança de ânimo, altista para baixista, e vice-versa. O resultado disso é uma distribuição extremamente turbulenta das variações de preços. Não apenas movimentos de preços, mas também deslocamentos de preços.

A Necessidade de Abandonar a Ilusão da Curva Normal

Também se presume, equivocadamente, que a curva normal é um gabarito realista para medir o risco. Como diria Bernoit Mandelbrot, o pai da geometria fractal, os preços reais oscilam com muito mais intensidade do que sugerem os padrões gaussianos. Se os preços não deslizam e o princípio da continuidade não se aplica ao mercado de ações, o que se aplica então?

Eu diria que é o princípio da concentração. Compreender a concentração é crucial para muitos negócios. Por exemplo: Estudos sobre danos provocados por tornados nos Estados Unidos, na região do Texas, Lousiania e Mississippi, descobriu que 90% dos sinistros se concentraram em apenas 5% do total da área de terras seguradas.

Volatilidade Concentrada: Como Grandes Eventos Abalam o Mercado Financeiro e Desafiam a Visão da Curva Normal

No mercado financeiro, a volatilidade também se concentra, e as causas não são mistério. As notícias, divulgação do lucro das empresas, relatórios sobre inflação, pronunciamentos do Banco Central, ajudam a impulsionar os preços. Os economistas ortodoxos geralmente as modelam como uma longa série de eventos aleatórios, difusos no tempo.

Ainda que sejam de importância e tamanho variáveis, presumem que a distribuição segue a curva normal e que nenhum acontecimento isolado é decisivo.

Qual o sentido disso? O ataque terrorista ao World Trade Center foi, de longe, para qualquer avaliador, o mais importante acontecimento, em muitos anos, para a estabilidade mundial e, consequentemente, para os mercados financeiros, forçou o fechamento da bolsa de valores de Nova York pelo prazo, sem precedentes, de nada menos que cinco dias, e quando reabriram as negociações a queda foi de grande magnitude.

A crise do Subprime em 2008 foi outro acontecimento sem precedentes no mercado financeiro mundial. Foram eventos em si monstruosos, não a soma de pequenos eventos. Grandes notícias provocam grandes reações no mercado. E tais reações se concentram em pequenas fatias de tempo. Os dados comprovam essa afirmação.

Na década de 1990, nada menos que 40% dos retornos positivos do índice Standard & Poor’s 500 concentraram-se em dez dias, cerca de 0,5% do tempo. Assim, o que devem fazer os investidores?

Timing do Mercado: A Importância de Escolher o Momento Certo no Mundo Real dos Investimentos

Os assessores de investimento geralmente aconselham os seus clientes a comprar sempre, o importante é se concentrar nos aumentos anuais médios no preço das ações. Dizem: não tentem o time to market, ou seja, o momento certo para comprar, ou vender, uma ação.

A história e o mundo real nos mostra que os investidores mais bem sucedidos não são aqueles que compram a todo momento, são os que compram no momento certo. A realidade prova que o que importa é o particular, não a média. O timing do mercado é importante.

Grandes ganhos e grandes perdas se concentram em pequenos nacos de tempo. Como eu sempre digo, toda estratégia de investimento é uma aposta contra o mercado, o mais importante não é tentar vencê-lo, mas esquivar-se de seus piores golpes,  o retorno virá como consequência.

Espero que a reflexão de hoje possa te ajudar a ser um investidor de sucesso.

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O Segredo das Empresas de Excelência

O Segredo das Empresas de Excelência
O Segredo das Empresas de Excelência

Nenhuma empresa nasce com o DNA da excelência. Então o que explica por que empresas boas, ou mesmo ruins, em algum momento começam a trilhar um caminho que as levam à excelência de maneira sólida e duradoura? Qual é o segredo das empresas de excelência?

O Caso da Empresa de Mineração de 1902

Imagine uma empresa de mineração fundada em 1902 por cinco investidores, sendo dois operadores de estrada de ferro, um médico, um comerciante de carnes e um advogado. Esta empresa quase fechou após vender apenas uma tonelada de minério e sobreviveu apenas com as contas pessoais dos investidores. Uma empresa que não tinha dinheiro para pagar o salário do seu presidente durante os primeiros 11 anos de vida. E, no entanto, hoje é uma potência e uma empresa de excelência reconhecida por todos.

A Surpreendente Descoberta

20 pesquisadores conduziram um amplo estudo com centenas de empresas para descobrir qual seria o segredo das empresas de excelência. Descobriram que, ao contrário do senso comum, não foi um grande e inovador planejamento estratégico que tirou as empresas de situações boas, ou até medíocres, para a excelência.

O “Primeiro Quem” em Vez do “Primeiro o Quê”

Os executivos que alavancaram a transformação de empresas boas em empresas excelentes não decidiram primeiro para onde iam conduzir o barco e depois escolheram as pessoas para conduzi-lo. Primeiro, eles colocaram as pessoas certas dentro do barco e depois resolveram para onde iriam levá-lo.

Eles compreenderam três verdades simples:

1. Comece com “Quem”

A primeira verdade: “Se você começa com ‘quem’, e não com ‘o quê’, a empresa pode se adaptar facilmente ao mundo em constante mudança.”

2. As Pessoas Certas se Automotivam

A segunda verdade: Se você tem as pessoas certas no barco, o problema de motivar e gerenciar pessoas praticamente deixa de existir. As pessoas certas se automotivarão pelo impulso interior de produzir os melhores resultados e ser parte da criação de algo grande.

3. As Pessoas Certas são Cruciais

A terceira verdade: Se você tem as pessoas erradas, não importa se você descobriu a direção certa; mesmo assim, não terá uma empresa excelente. Uma grande visão sem grandes pessoas é irrelevante.

Três Regras Práticas

Aqui estão três regras práticas para ser rigoroso nas decisões que envolvem pessoas:

  1. Na dúvida, não contrate, continue procurando. O maior entrave ao crescimento reside na habilidade ou na incapacidade de atrair pessoas certas em número suficiente.
  2. Quando você sabe que precisa fazer uma mudança que envolve gente, aja. Primeiro tenha certeza de que não se trata apenas de um caso de alguém que está no lugar errado.
  3. Inclua suas melhores pessoas em suas melhores oportunidades, não em seus maiores problemas. Se você vender seus problemas, não venda suas melhores pessoas.
Conclusão

O velho ditado: “As pessoas são o seu ativo mais importante”, está errado. As pessoas não são o seu ativo mais importante, as pessoas “certas” é que são. O sucesso da 3M, de uma mineradora a uma inovadora empresa com mais de 60.000 produtos, é um exemplo vívido dessa abordagem. Comece com as pessoas certas, e o caminho para a excelência se revelará.

Espero que esta reflexão te ajude a ser um empresário melhor e a trilhar o caminho da excelência em sua empresa.

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Endividar a empresa é ruim para o acionista?

Endividar a empresa é ruim para o acionista
Endividar a empresa é ruim para o acionista

No mundo dos negócios, o tema do endividamento empresarial e as escolhas entre capital próprio e capital de terceiros geram frequentemente dúvidas e confusões entre investidores e empreendedores. Este é um tópico importante, e meu objetivo aqui é desmistificar os conceitos por trás das escolhas das empresas em relação ao financiamento e como isso impacta os investidores. Endividar a empresa é ruim para o acionista?

Capital de Terceiros vs. Capital Próprio

Em muitas conversas sobre finanças empresariais, é comum ouvir que o capital de terceiros, ou seja, a dívida, é mais caro do que o capital próprio. No entanto, esse equívoco é frequentemente resultado de uma gestão financeira deficiente, e há três motivos fundamentais para compreender por que isso não é necessariamente verdadeiro.

1. Menor Risco para Credores: Em caso de falência, os acionistas são os últimos a receber qualquer remanescente da empresa, enquanto os credores têm prioridade. Isso significa que os credores enfrentam um risco menor do que os acionistas.

2. Estabilidade no Fluxo de Caixa: Os credores têm um fluxo de caixa estável, com pagamentos previsíveis, enquanto os acionistas dependem dos lucros e distribuição de dividendos. Em situações de prejuízo, os acionistas podem até ser obrigados a injetar mais dinheiro na empresa.

3. Benefício Fiscal da Dívida: Os pagamentos de dívidas são considerados despesas financeiras e podem reduzir a base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, proporcionando benefícios fiscais.

Portanto, o capital de terceiros é, teoricamente, mais barato que o capital próprio.

A Importância da Combinação de Fontes de Financiamento

A combinação adequada entre capital próprio e capital de terceiros pode reduzir o custo total de capital da empresa. Por exemplo, se o capital próprio tiver um custo de 20% e o capital de terceiros, 10%, ao incorporar dívida na estrutura de capital, o custo total diminuirá. Portanto, a estratégia financeira da empresa deve buscar um equilíbrio ideal entre essas duas fontes de financiamento.

Encontrando o Equilíbrio

Você pode estar se perguntando: se o capital de terceiros é mais barato, por que não usá-lo em 100%? E por que recorrer ao capital próprio se é mais caro? A resposta está no gerenciamento do risco financeiro. À medida que uma empresa aumenta sua alavancagem, ou seja, a proporção de dívida em seu capital, seu risco financeiro aumenta.

Atingir 100% de capital de terceiros é praticamente impossível, pois em algum momento, os credores se tornam relutantes em emprestar dinheiro ou cobram taxas significativamente mais altas, anulando qualquer economia de custos. O capital próprio, embora mais caro, não exerce pressão imediata sobre o caixa da empresa, pois não requer pagamento de dividendos em momentos de prejuízo.

A Busca pela Estrutura Ótima de Capital

A relação ideal entre capital próprio e capital de terceiros é o que os especialistas financeiros chamam de “estrutura ótima de capital”. Isso é alcançado quando a empresa atinge um ponto em que a adição de mais dívida resultaria em aumento dos custos dos credores e das expectativas de retorno dos acionistas, indicando um maior risco financeiro percebido pelo mercado.

Avaliando o Risco de Endividamento

A capacidade de uma empresa para se alavancar financeiramente está diretamente relacionada à sua capacidade de gerar caixa. Assim como um banco avalia sua capacidade de pagamento antes de conceder um empréstimo, uma empresa deve avaliar sua capacidade de gerar renda estável em relação aos pagamentos de dívida.

Em resumo, entender a dinâmica entre capital próprio e capital de terceiros é essencial para qualquer investidor. A escolha entre essas fontes de financiamento deve ser baseada na situação financeira e nas metas da empresa. Lembre-se sempre de que a estrutura ótima de capital é aquela que equilibra os custos e os riscos, buscando maximizar o valor para os acionistas.

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