Você sabia que apesar de alguns investimentos serem classificados como renda fixa, dependendo das condições da economia, do mercado e de como você investe, eles podem não ter a renda fixa? Ou seja, a renda fixa não é fixa!

Os Diversos Riscos nos Investimentos de Renda Fixa

Existem muitos riscos associados a qualquer ativo financeiro, o mais comum é o chamado risco de crédito, ou seja, o risco de inadimplência do emissor do título, aquele que no limite leva você a perder o valor investido. Outros riscos são desconhecidos pela maior parte dos investidores, como o risco de oscilação na taxa de juros, o risco de mercado, o risco de execução, o risco operacional, o risco de liquidez e etc.

Conheça os Tipos de Riscos

  • Risco de liquidez, como o próprio nome diz, é quando no momento que você precisar vender ou comprar um ativo o mercado não tem a liquidez necessária e você só conseguir executar a operação num valor diferente do esperado.
  • Risco de execução é quando você emite uma ordem de compra ou venda, e por algum motivo, seja de sistema, seja erro humano, ou outro qualquer, a ordem seja executada num patamar de preço diferente da que você emitiu, quem opera via home broker deve ter, em algum momento, passado por isso, como por exemplo um GAP que se abriu e não executou a sua ordem.
  • Risco de mercado é a que todos os investidores estão expostos, um evento inesperado, uma grave crise econômica, ou qualquer outro evento que afete o mercado como um todo, independente da classe de ativos a que você está exposto.
  • Risco operacional pode ser entendido, tanto como uma operação específica, ou seja, uma ação errada de algum executivo que seja prejudicial a competitividade da empresa, ou o risco operacional do próprio investimento no mercado, que se confunde com o risco de execução que falamos há pouco.

Desvendando o Risco de Oscilação nas Taxas de Juros na Renda Fixa

Eu vou abordar mais detalhadamente o risco de oscilação nas taxas de juros, porque esses são os mais frequentes aos chamados ativos livres de risco, ou seja, os títulos da dívida pública, os títulos do tesouro nacional negociados no mercado conhecidos pela maioria dos investidores no tesouro direto.

Primeiro conceito importante que todos têm que ter em mente, as taxas de juros na fórmula de precificação dos ativos estão sempre no denominador. Relembrando a matemática, o denominador é o que divide o numerador, logo, quanto maior for o denominador menor será o valor presente.

O valor futuro, aquele fluxo do ativo que você espera receber, será dividido pela taxa de juros, então quando a taxa de juros sobe o valor presente cai, e o valor presente é o preço do seu ativo.

O Desafio dos Ativos de Renda Fixa: Movimentos Futuros de Juros

A maioria dos investidores compram ativos de renda fixa e são enganados por uma falsa percepção ao acreditar que uma alta nos juros vai beneficiá-los. Depende, se for um título pré-fixado o preço vai oscilar conforme oscilam as taxas de juros, e se ele precisar vender antes do vencimento vai ser afetado pelas expectativas no momento, que se forem de alta dos juros ele provavelmente venderá a um preço inferior ao que esperava, podendo sofrer não só prejuízos na rentabilidade, como no seu investimento principal.

Caso sejam pós-fixados, como a LFT, conhecida como tesouro selic, vai depender da curvade juros, tecnicamente conhecida como estrutura a termo da taxa de juros. Mas como assim? Se os juros subirem eu não vou receber essa variação da SELIC? Sim, você receberá a variação da Selic, mas vai depender do vencimento do seu título já que independente do movimento presente nos juros o que importa é o movimento futuro.

Simplificando, apesar de ocorrer uma alta hoje, pode ser que na curva de juros, no vencimento do seu título, seja uma baixa. Você não perderá dinheiro porque vai receber a SELIC, mas o custo de oportunidade dessa escolha vai afetá-lo, pois você poderia ter investido em outro ativo com retorno maior, que foi afetado positivamente por essa oscilação.

Já a NTN-B, o tesouro IPCA +, tem a parte pré-fixada que é o juros contratados na compra do título, e a parte pós-fixada, que é o IPCA, ou seja, você deve fazer várias análises para entender os movimentos dos preços desses ativos.

E lembre-se, ativos de renda fixa nem sempre tem a renda fixa.

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