Vivemos em uma sociedade que incentiva o consumo e que não pensa muito no que pode acontecer amanhã. Neste cenário, não são muitas as pessoas que se preocupam no que pode ocorrer com elas em situações imprevistas.

Por exemplo, o que aconteceria se seu carro fosse roubado e você não tivesse seguro? E se você perdesse o emprego? E, se por algum problema de saúde, tivesse que parar de trabalhar por um tempo?

São muitos “e se” que, logicamente, não desejo a você. No entanto, sabemos que são situações que podem acontecer a qualquer um e que, por esse motivo, precisamos estar preparados financeiramente.

Para isso existe a reserva de emergência. Neste artigo explicarei sobre ela, mostrarei a sua importância e darei algumas dicas de como montar e onde investir este colchão financeiro para emergências. Boa leitura!

O que é reserva de emergência?

A reserva de emergência é uma fonte financeira que deve estar prontamente disponível para ajudar a pessoa a lidar com problemas que necessitem de uma quantia de dinheiro para solucioná-los. É o caso de uma situação de desemprego, uma doença, problemas na moradia, entre outros.

Seu objetivo é servir como uma rede de segurança em dinheiro para melhorar a estabilidade financeira do indivíduo nestes momentos de dificuldade.

Muitas pessoas perguntam onde investir seu dinheiro para terem mais rentabilidade, ou pensando em planejamentos como aposentadoria, compra de imóvel, etc. Mas o ideal é que todos considerem a construção de um fundo de emergência antes de qualquer outro objetivo financeiro – e antes mesmo de partirem para ativos mais voláteis, como ações.

Por que é importante ter uma reserva de emergência?

Dentre os benefícios da reserva de emergência, o mais claro é a proteção e a segurança que ela oferece em situações de imprevistos que todos enfrentamos na vida. Além disso, ela protege o portfólio do investidor.

Por exemplo, imagine uma pessoa que tenha aplicado um dinheiro para sua aposentadoria. Todos os meses ela faz seus aportes em um produto X. Infelizmente, esse indivíduo perdeu o emprego e terá que deixar de lado os aportes mensais por um tempo.

O problema se agrava quando essa mesma pessoa precisa pagar suas contas, mas não tem dinheiro. Então, ela resolve tirar uma parte da quantia destinada à aposentadoria para cumprir com suas obrigações financeiras e evitar dívidas.

Percebe como isso danificou a carteira desse investidor? Se ele tivesse um fundo de emergência essa situação não aconteceria.

Pior ainda: imagine que o investimento para aposentadoria não ofereça a esse mesmo investidor a liquidez necessária para saque imediato. Pense nas consequências negativas que esta situação traria ao investidor – que poderia, inclusive, acabar endividado.

Portanto, algumas das vantagens de um fundo de emergência incluem:

  • Evitar riscos de endividamento;
  • Garantir que a pessoa tenha segurança, independentemente do cenário econômico (como em épocas de desemprego);
  • Garantir que a carteira de investimentos para outros fins não seja penalizada; e
  • Fornecer recursos financeiros para resolução de problemas pessoais.

Além desses pontos, a importância da reserva de emergência está no fato de ela reduzir qualquer estresse (envolvendo dinheiro) que possa gerar na família em situações de dificuldade financeira oriundas de imprevistos.

Como montar a reserva de emergência?

A reserva de emergência deve ser suficiente para cobrir, pelo menos, 6 meses do seu estilo de vida. Este é um valor mínimo, sendo que o ideal é que ela consiga mantê-lo por um ano.

Claro que isso depende também da profissão da pessoa e de quantos dependentes ela possui. Por exemplo, um empreendedor tem mais riscos com relação a diminuir sua renda do que um empregado CLT que, por sua vez, tem mais riscos que um profissional concursado.

No entanto, como a reserva de emergência serve para dar conta dos imprevistos (e eles não têm a ver somente com a perda de emprego ou com o salário), normalmente utilizamos o tempo mínimo de um semestre para definirmos uma quantia mínima.

Para saber quanto de dinheiro será destinado para construir o seu colchão financeiro, existem duas maneiras:

  • Faça uma média das despesas variáveis que você tem em um mês (transporte, alimentação, medicamentos, vestuário, etc.) e some com as despesas fixas (gastos com conta de água, luz, internet, condomínio, etc.) Em seguida, multiplique pelo número de meses que a reserva cobrirá.
  • Pegue seu salário ou pró-labore e multiplique pela quantidade de meses da sua reserva de emergência. Caso você opte por essa opção, é essencial que gaste menos do que ganha.

Após definido o valor que você precisará ter para sua reserva de emergência, estabeleça uma quantia mensal que você poupará para montá-la.

Onde investir a reserva de emergência?

Como o dinheiro da reserva de emergência deve estar disponível na hora em que você precisar dele, saber onde investir é imprescindível. Essencialmente, o ideal é que o produto escolhido seja de baixo risco e tenha alta liquidez.

Liquidez significa o tempo que leva para o dinheiro estar em suas mãos. Quanto mais alta for a liquidez, mais rápido o dinheiro é resgatado e estará no bolso do investidor. Logo, procure por investimentos de liquidez alta.

Opções para investir a reserva de emergência incluem: Tesouro Selic e CDBs, LCAs e LCIs com liquidez diária. Existem também alguns fundos de investimento em renda fixa com alta liquidez, que podem ser uma boa opção. Os de maior liquidez e baixíssimo risco são os Fundos DI.

Há quem tenha dúvidas se ações são boas opções para reserva de emergência. Ressalto que ações são investimentos em renda variável, o que por definição significa que a rentabilidade do dinheiro pode oscilar tanto para cima quanto para baixo.

Enquanto você estiver construindo sua reserva, o interessante é procurar por investimentos em renda fixa – que não oscilam – e que oferecem alta liquidez. A partir do momento em que já tiver um montante suficiente para casos de emergência, como expliquei neste vídeo, você pode passar a investir uma proporção em ações.

Nesse caso, no entanto, tenha em mente os riscos que correrá. Por isso, antes de tomar uma decisão de investimento, busque sempre conhecimento para saber bem o que está fazendo.

Concluindo

A reserva de emergência nada mais é que um dinheiro poupado para quando algo inesperado surgir. Perceba que, como seu nome sugere, ela é para ser utilizada em casos emergenciais – não para realização de desejos.

Isso significa que, por exemplo, ela não deve ser utilizada para trocar de carro depois de 2 anos só porque você quer um modelo novo. Portanto, tenha-a como um montante financeiro que lhe dará a tranquilidade de saber que terá dinheiro para resolver imprevistos sem precisar fazer empréstimos, utilizar o cheque especial ou se endividar.

Por fim, destaco que, se você pensa em liberdade financeira, criar a reserva de emergência é o primeiro passo.

E caso esteja iniciando na sua trajetória sobre investimentos e/ou precise ampliar seu conhecimento, convido você a assistir um vídeo no qual apresento Dez Lições para identificar os pontos fracos nas estratégias de investimentos.

 

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here